Um gato de nome Faro-Fino fez tais estragos na rataria de uma casa velha que os sobreviventes, sem coragem para saírem das tocas, estavam quase a morrer de fome.
Tornando-se muitíssimo séria a situação, resolveram reunir-se em assembleia para o estudo da questão.
Aguardaram para isso, e certa noite em que Faro-Fino andava pelos telhados, fazendo versos à lua.
Tornando-se muitíssimo séria a situação, resolveram reunir-se em assembleia para o estudo da questão.
Aguardaram para isso, e certa noite em que Faro-Fino andava pelos telhados, fazendo versos à lua.
_ Penso – disse um deles _ que o melhor meio de nos defendermos de Faro-Fino é atando-lhe um guizo ao pescoço. Assim, quando ele se aproximar, o guizo denuncia-o e fugimos a tempo.
Palmas e bravos saudaram a luminosa ideia. O projeto foi aprovado por unanimidade. Só votou contra um rato bastante casmurro, que pediu a palavra e disse:
Palmas e bravos saudaram a luminosa ideia. O projeto foi aprovado por unanimidade. Só votou contra um rato bastante casmurro, que pediu a palavra e disse:
_ Está tudo muito certo. Mas quem vai amarrar o guizo ao pescoço de Faro-Fino?
Silêncio geral. Um desculpou-se por não saber dar nós. Outro, porque não era tolo. Todos, porque não tinham coragem.
Silêncio geral. Um desculpou-se por não saber dar nós. Outro, porque não era tolo. Todos, porque não tinham coragem.