Esopo
quarta-feira, 30 de julho de 2008
Fábula: O Camelo, o Elefante e o Macaco
Esopo
sexta-feira, 25 de julho de 2008
A Vaquinha
quarta-feira, 23 de julho de 2008
Poesia: Leilão de Jardim
Cecília, a Meireles fez um leilão...
LEILÃO DE JARDIM
Quem me compra um jardim com flores?
Borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos?
Ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(Este é meu leilão)
Cecília Meireles
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Fábula: O Cavalinho e a Borboleta
A borboleta era livre, voava por todos os cantos da floresta enfeitando a paisagem. Já o cavalinho tinha grandes limitações, não era bicho solto que pudesse viver entregue à natureza. Nele, certa vez, foi colocado um cabresto por alguém que visitou a floresta e a partir daí sua liberdade foi cerceada.
Assim, todos os dias, ia visitá-lo e, lá chegando, levava sempre um coice, depois então um sorriso. Entre um e outro ela optava por esquecer o coice e guardar dentro do seu coração o sorriso.Sempre o cavalinho insistia com a borboleta que lhe ajudasse a carregar o seu cabresto por causa do seu enorme peso.
Ela, muito carinhosamente, tentava de todas as formas ajudá-lo, mas isso nem sempre era possível por ser ela uma criaturinha tão frágil.Os anos se passaram e numa manhã de verão a borboleta não apareceu para visitar o seu companheiro. Ele nem percebeu, preocupado que ainda estava em se livrar do cabresto.
E vieram outras manhãs e mais outras e milhares de outras, até que chegou o inverno e o cavalinho sentiu-se só, e finalmente percebeu a ausência da borboleta.
Resolveu então sair do seu canto e procurar por ela.Caminhou por toda a floresta a observar cada cantinho onde ela poderia ter se escondido e não a encontrou. Cansado se deitou embaixo de uma árvore.
Logo em seguida um elefante se aproximou e lhe perguntou quem era ele e o que fazia por ali.
- É que eu tive uma grande amiga que me disse que também era sua amiga e falava muito bem de você. Mas, afinal, qual borboleta que você está procurando?
- Morreu? Como foi isso?
- Dizem que ela conhecia aqui na floresta um cavalinho, assim como você, e todos os dias quando ela ia visitá-lo ele dava-lhe um coice. Ela sempre voltava com marcas horríveis e todos perguntavam a ela quem havia feito aquilo, mas ela jamais contou a alguém.
Insistíamos muito para saber quem era o autor daquela malvadeza e ela respondia que só ia falar das visitas boas que tinha feito naquela manhã e era aí que ela falava com a maior alegria de você.Nesse momento o cavalinho já estava derramando muitas lágrimas de tristeza e de arrependimento.
- Não chore meu amigo, sei o quanto você deve estar sofrendo. Ela sempre me disse que você era um grande amigo, mas entenda, foram tantos os coices que ela recebeu desse outro cavalinho que acabou perdendo as asinhas, depois ficou muito doente, triste, sucumbiu e morreu.
- Não, todos os animais da floresta quiseram lhe avisar, mas ela disse o seguinte: "Não perturbem meu amigo com coisas pequenas; ele tem um grande problema que eu nunca pude ajudá-lo a resolver. Carrega no seu dorso um cabresto, então será cansativo demais pra ele vir até aqui".
Quanto ao cabresto que você tiver que carregar durante a sua existência, não culpe ninguém por isso, afinal, muitas vezes foi você mesmo que o colocou no seu dorso.OU PERMITIU QUE FOSSE COLOCADO.
Espero que você possa aceitar as coisas como elas são…Sem pensar que tudo conspira contra você…Porque parte de nós é entendimento… a outra parte é aprendizado…
Que você possa ter forças para vencer todos os seus medos…Que no final possa alcançar todos os seus objetivos…Que tudo aquilo que você vê e escuta possa lhe trazer conhecimento….
nós somos o que vivemos, a outra parte é o que esperamos…
Que durante a sua vida você possa construir sentimentos verdadeiros….
Que você possa aceitar que só quem soube da sombra, pode saber da luz
Para ser feliz não existe poção mágica. É preciso somente que tenha a alma limpa e desprovida de mágoas e rancores.
Agradeço, Senhor, os verdadeiros amigos, mesmo imperfeitos e limitados!
Agradeço, Senhor, pela sua compaixão, pela sua graça, pela sua bondade, que estão sempre presentes, sustentando-me nos momentos mais difíceis.
Agradeço, Senhor, pela pessoa que sou.E QUE MEUS AMIGOS(AS) PERDOEM-ME POR SER IMPERFEITO(A)
Que Assim Seja….
sexta-feira, 11 de julho de 2008
A Fada Oriana l
A velha estava a arrumar a casa e enquanto trabalhava falava sozinha, dizendo:
_ Que negra vida, que negra vida! Estou tão velha como o tempo e ainda preciso trabalhar. E não tenho nem filho nem filha que me ajude. Se não fossem as fadas que seria de mim?
Quando eu era pequena brincava na floresta e os animais, as folhas e as flores brincavam comigo. A minha mãe penteava os meus cabelos e punha uma fita a dançar no meu vestido. Agora, se não fossem as fadas, que seria de mim?
Quando eu era nova ria o dia todo. Nos bailes dançava sempre sem parar. Tinha muito mais do que cem amigos. Agora sou velha, não tenho ninguém. Se não fossem as fadas que seria de mim?
Quando eu era nova tinha namorados que me diziam que eu era linda e me tiravam cravos quando eu passava. Agora os garotos correm atrás de mim, chamam-me "velha", "velha" e atiram-me pedras. Se não fossem as fadas que seria de mim?
Quando eu era nova tinha um palácio, vestidos de seda, aios e lacaios. Agora estou velha e não tenho nada. Se não fossem as fadas que seria de mim?
Oriana ouvia esta lamentação todas as manhãs e todas as manhãs ficava triste, cheia de pena da velha, tão curvada, tão enrugada e tão sozinha, que passava os dias inteiros a resmungar e a suspirar.
As fadas só se mostram às crianças, aos animais, às árvores e às flores. Por isso a velha nunca via Oriana; mas, embora não a visse, sabia que ela estava ali, pronta a juda-la.
Depois de ter varrido a casa, a velha acendeu o lustre e pôs a água a ferver. Abriu a lata do café e disse:
– Não tenho café.
Oriana tocou com a sua varinha de condão na lata e a lata encheu-se de café. A velha fez o café e depois pegou na caneca de leite e disse:
– Não tenho leite.
Oriana tocou com a sua varinha de condão na caneca e a caneca encheu-se de leite.
A velha pegou no açucareiro e disse:
– Não tenho açúcar.
Oriana tocou com a varinha de condão no açucareiro e o açucareiro encheu-se de Açúcar.
A velha abriu a gaveta do pão e disse:
– Não tenho pão.
Oriana tocou com a varinha de condão na gaveta e dentro da gaveta apareceu um pão com manteiga.
A velha pegou no pão e disse:
– Se não fossem as fadas que seria de mim!
E Oriana, ouvindo-a, sorriu.
Sophia de Mello Breyner Andresen,
A Fada Oriana, Porto, Ed. Figueirinhas, 2000
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Fábula: A Assembleia dos Ratos
Tornando-se muitíssimo séria a situação, resolveram reunir-se em assembleia para o estudo da questão.
Aguardaram para isso, e certa noite em que Faro-Fino andava pelos telhados, fazendo versos à lua.
Palmas e bravos saudaram a luminosa ideia. O projeto foi aprovado por unanimidade. Só votou contra um rato bastante casmurro, que pediu a palavra e disse:
Silêncio geral. Um desculpou-se por não saber dar nós. Outro, porque não era tolo. Todos, porque não tinham coragem.
sexta-feira, 4 de julho de 2008
Rapunzel
Adaptado do conto dos Irmãos Grimm