domingo, 9 de outubro de 2011

O velho, o menino e o burro

Um velho e um menino seguiam pela estrada montados num burro. Pelo caminho, as pessoas com as quais cruzavam diziam:
Que crueldade a desses dois! Querem matar o burro!
O velho, impressionadíssimo com os comentários, mandou o menino descer. Mais adiante, outras pessoas, observando a cena, diziam:
Que velho malvado, refestelado no burro, e o menino, coitado, andando a pé!
O velho, então, desceu do burro e mandou o menino montar. Daí a pouco, outras pessoas, vendo a cena, comentaram:
Onde já se viu coisa igual? Um menino cheio de vida, montado no burro, e o velho a caminhar pela estrada!
Depois dessa, o velho não teve dúvidas. Mandou o menino descer e ambos, com esforço, passaram a carregar o burro.
Está claro que os comentários não se fizeram demorar, e desta vez seguidos de gargalhadas. Evidentemente, todo o mundo estranhava os dois carregarem o burro.
La Fontaine

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O Urso e o Ateu

Um ateu estava passeando em um bosque, admirando tudo o que aquele "acidente da evolução" havia criado. - Mas que árvores majestosas! Que poderosos rios! Que belos animais! - ia ele dizendo a ele mesmo. Na medida em que caminhava ao longo do rio, ouviu um ruído nos arbustos atrás de si. Ele virou-se para olhar. Foi então que viu um corpulento urso pardo caminhando na sua direção. Ele disparou a correr o mais rápido que podia. Olhou por cima do ombro e reparou que o urso estava muito próximo.
Ele aumentou a velocidade. Era tanto o seu medo que as lágrimas lhe vieram aos olhos. Olhou de novo por cima do ombro e o urso estava mais perto ainda. O seu coração batia freneticamente. Tentou imprimir maior velocidade. Foi então que tropeçou e caiu desamparado. Rolou no chão rapidamente e tentou levantar-se. Só que o urso já estava em cima dele, procurando prende-lo com uma das patas e tentando agredi-lo ferozmente com a outra.
Nesse exato momento o ateu exclamou: "Oh, meu Deus!..." O tempo parou. O urso ficou sem ação. O bosque mergulhou em silêncio. Até o rio parou de correr.
Uma luz clara começou a brilhar, enquanto uma voz vinda do céu dizia: "Tu negaste a minha existência durante todos esses anos. Ensinaste a muita gente que eu não existia e reduziste a minha criação a um "acidente cósmico". Esperas que eu te ajude a sair desse apuro? Devo eu esperar que tenhas Fé em mim? "
O ateu olhou diretamente para a luz e disse: "Seria hipocrisia de minha parte pedir que, de repente, me passes a tratar como um cristão. Mas, talvez, poderias transformar o urso em um cristão?!" "Muito bem", disse a voz, "farei o que pedes". A luz foi embora. O rio voltou a correr. Os sons da floresta voltaram.
E, então, o urso recolheu as garras, fez uma pausa, se ajoelhou, abaixou a cabeça e falou: "Senhor, agradeço humildemente por esse alimento que me deste e que vou comer agora. Amém”.
...
Muitas pessoas só se lembram de Jesus no momento da aflição e mesmo assim acham que podem enganar a Deus pensando que são mais espertas, na verdade não querem nada com Deus, só querem as bênçãos e depois pulam fora. Pois é, esse acabou por ser devorado, normalmente são devoradas pelo próprio ego, caindo nas próprias armadilhas, mas o milagre aconteceu, o urso tornou-se cristão...

sábado, 23 de abril de 2011

Fábulas

Só fábulas (clique) e veja...

quinta-feira, 10 de março de 2011

Lenda da Cobra Branca

A lenda da Serpente Branca é originária da China.

O Lago Oeste se localiza em Hangzhou, no Leste da China. Trata-se de uma área famosa por suas belas paisagens.
Na qualidade de pérola da capital da província de Zhejiang, o lago Oeste tem as montanhas em três direcções. Nas águas ondulantes, estendem-se dois diques baptizados com os nomes de dois grandes poetas da antiguidade chinesa: Su Dongpo e Bai Juyi. Muitos poetas descreveram a beleza do Lago em seus versos.
O lago Oeste também é envolto em numerosas lendas ou histórias. A lenda da Serpente Branca é uma das mais famosas.
Consta que os espíritos de duas serpentes resolveram transformar-se em jovens donzelas Bai Suzhen e Xiao Qing e viajarem ao lago Oeste de Huangzhou. Na ponte quebrada, Bai Suzhen descobriu um jovem intelectual (Xu Xian) e tornou-se sua namorada. Para ajudar Bai, Xiao Qing fez um conjuro às escondidas e provocou uma chuva torrencial.
Xu Xian ia tomar o barco e encontrou Bai Suzhen e Xiao Qing todas molhadas pela chuva e emprestou-lhe o guarda-chuva. Suzhen e Xu Xian sentiram uma forte atracção um pelo outro e sob a ajuda de Xiao Qing, se casaram logo depois.
O sacerdote do Templo Jinshan, Fa Hai, considerou Suzhen um espírito vicioso e ensinou Xu Xian um método para descobrir a verdade. Este ficou meio convencido e meio reticente.
No dia da Festa do Barco-Dragão, Xu Xian fez Suzhen tomar uma taça de vinho e esta se transformou novamente numa serpente. Chocado, Xu Xian morreu de susto. Para salvar o marido, Suzhen foi à montanha Kunlun e roubou um elixir mágico, depois de enfrentar o guarda do elixir. Xu Xian voltou à consciência.
Fa Hai continuou induzindo Xu Xian a abandonar Suzhen e obrigou-o a tornar-se um monge no Templo Jinshan. Ao perceber o desaparecimento do marido, Suzhen e Xiao Qing foram ao Templo e pediram a Fa Hai que libertasse Xu Xian. O sacerdote recusou o pedido.
Enfurecidas, Suzhen e Xiao Qing trouxeram magicamente os soldados das profundezas e fizeram com que as chuvas torrenciais inundassem a região, bloqueando o Templo Jinshan. Fa Hai e Suzhen lançaram-se numa luta feroz. Mas, Suzhen, grávida, foi derrotada e retirou-se para a Ponte Quebrada, onde deu a luz um bebé. Xu Xian se arrependeu em ter abandonado Suzhen e saiu do Templo em busca da esposa. Ao encontrar Suzhen na Ponte Quebrada, Xu Xian pediu-lhe perdão. Su Zhen ficou tão comovida que dissuadiu Xiao Qing de matar Xu Xian.
Fa Hai chegou perseguindo Xu Xian e reprimiu Suzhen debaixo da Torre Leifeng e ordenou que Suzhen voltasse ao mundo humano apenas quando o lago Oeste secasse e a Torre Leifeng caísse.
Muitos anos depois, Xiao Qing virou uma imortal através da cultivação mental, voltou ao lago Oeste, derrotou Fa Hai, absorveu todas as águas do lago, derrubou a Torre Leifeng e salvou finalmente Suzhen.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

domingo, 2 de janeiro de 2011

O Cervo, o Manancial e o Leão


Agoniado pela sede, chegou um cervo a um manancial. Depois de beber, viu seu reflexo na água. Ao contemplar seus belos chifres, sentiu-se orgulhoso, porém ficou descontente por suas pernas serem fracas e finas. Enquanto assim pensava, apareceu um leão que começou a persegui-lo. Começou a correr e tomou grande distância, porque a força dos cervos está em suas pernas, e a do leão em seu coração. Enquanto corria, o cervo guardou a distância que o salvava; mas, ao entrar num bosque, seus chifres se engancharam nos ramos e, não podendo escapar, foi alcançado pelo leão.

A ponto de morrer, exclamou para si mesmo:

- Infeliz! Meus pés, que pensava me trairiam, foram os que me salvaram e meus chifres, nos quais colocava toda minha confiança, são os que me perdem.

Muitas vezes, a quem cremos mais indiferentes, são aqueles que nos dão a mão, enquanto os que nos adulam, quando precisamos, desaparecem.

(NR: Manancial: nascente de água; fonte abundante)