quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Lenda do Boto Rosa


O boto rosa: A água é considerada como presente dado pelos deuses e é símbolo de fertilidade, proteção materna e dá continuidade a toda a vida. Desde os tempos da mitologia grega ela é habitada ou transformada. Na mitologia amazônica encontramos o mito do Boto Rosa que possui a qualidade de emergir das águas do Rio Amazonas à noite e adquirir forma humana. De peixe, transforma-se em um rapaz cuja beleza, fala meiga e sedutora, magnetismo do olhar atraem irresistivelmente todas as mulheres. Por isso, toda a donzela era alertada por suas mães para tomarem cuidado com flertes que recebiam de belos rapazes em bailes ou festas.

Por detrás deles poderia estar a figura do Boto, um conquistador de corações, que pode engravidá-las e abandoná-las.Atribui-se ao boto os inexplicáveis sinais de maternidade de algumas mulheres e ainda o desaparecimento e fuga delas para o fundo do rio.

Contam que em noites de festa, ele se transforma em um rapaz alto, claro, forte,bonito e sempre se apresenta muito bem vestido, usando uma espada na cintura e um chapéu, para ocultar um orifício para respiração que originalmente o animal possui no alto da cabeça.

O boto bebe, dança, seduz as moças interioranas que comparecem as festas de beira de rio. Antes da alvorada, pula na água e volta à sua condição primitiva.

Porém acabando o encanto, na hora que tem de transformar-se em boto, seus acessórios voltam a ser habitantes das águas: a espada é um poraquê, o chapéu é uma arraia e assim por diante.O boto tucuxi, segundo dizem, ajuda os náufragos.

Em uma versão, ajudaria apenas as mulheres, até para manter a fama de conquistador... Noutra, ajuda indiferentemente homens e mulheres. Não são poucas as pessoas que, ao escaparem da morte, atribuem o salvamento ao boto, além de Nossa Senhora de Nazaré.

Contam-se várias histórias em que maridos desconfiados de que alguém estivesse tentando conquistar suas mulheres, armaram uma cilada para pegar o boto.

A cilada geralmente acontece à noite, quando o marido vai à luta com seu rival e consegue feri-lo com uma faca, tiros ou com um arpão... mas o rival, mesmo ferido, consegue fugir e atira-se na água.

No dia seguinte para a surpresa do marido e demais pessoas, aparece o cadáver na beira do rio, com um ferimento de faca, ou de tiros ou ainda com arpão cravado no corpo, conforme a arma utilizada, mas, em vez do cadáver de um homem, o que se vê é, pura e simplesmente... o corpo de um boto.